Afinal isto também é Natal...

Já não existem reis nem rainhas e muito menos príncipes ou princesas. No entanto, existem aquelas pessoas especiais que agem como tal... Aquando da oportunidade, inundam-nos com surpresas fantásticas. Ainda me lembro da forma natural com que me perguntaste: O que é que queres jantar? Diz que eu vou buscar!. No meio da brincadeira, e depois de ponderar muito bem as condições do local, lá me decidi por pizza e sumol. De facto, não é um grande jantar mas tornou-se num jantar de sonho porque implicou a tua dedicação e carinho. Lembro-me também da forma desajeitada com que faço duas ou três coisas ao mesmo tempo. Tu, nesse impasse, tens tempo para me passares à frente e pagares cafés, águas ou outra coisa qualquer que esteja a tomar. Continuo a não ter hipótese de escolha! Mas a última foi sem dúvida das mais saborosas: rumo ao infinito, não sabendo bem se valia a pena ao não, não hesitaste e continuaste o teu caminho. Eu, ali ao lado, deixei-me inundar pelas conversas, pelos sorrisos, pela partilha. Estranho mas agradável. Surreal mas grandioso. Simples e autêntico. Ao frio, e contemplando a beleza da cidade, ofereceste-me a agradável sensação de contrastar o quente dos sentimentos com a frescura de um gelado com tudo a que tinha direito... Não se trata de enaltecer o consumismo das nossas entregas... Trata-se antes de sublinhar bem sublinhado todo o carinho que incutes nas coisas simples que sabes que me fazem mais feliz, mais realizada e mais forte. E é por seres simples comigo no meio de todo o teu ser complexo que continuo a deixar-me entrar pelo nevoeiro dentro, às cegas, continuo a molhar-me à chuva e continuo a sorrir porque fui, mais uma vez, presenteada... Afinal estamos no Natal, não é?

Anónimo

Merry Christmas!*