De linho te vesti
de nardos te enfeitei
amor que nunca vi
mas sei.
mas sei.
Sei dos teus olhos acesos na noite
- sinais de bem despertar -
sei dos teus braços abertos a todos
que morrem devagar.
Sei meu amor inventado que um dia
teu corpo pode acender
uma fogueira de sol e de fúria
que nos verá nascer.
teu corpo pode acender
uma fogueira de sol e de fúria
que nos verá nascer.
Irei beber em ti
o vinho que pisei
o fel do que sofri
e dei.
o vinho que pisei
o fel do que sofri
e dei.
Dei do meu corpo um chicote de força.
Rasei meus olhos com água.
Dei do meu sangue uma espada de raiva
e uma lança de mágoa.
Dei do meu sonho uma corda de insónias
cravei meus braços com setas
descobri rosas alarguei cidades
e construí poetas.
E nunca, nunca te encontrei
na estrada do que fiz
amor que nunca logrei
mas quis.
na estrada do que fiz
amor que nunca logrei
mas quis.
Sei meu amor inventado que um dia
teu corpo há-de acender
uma fogueira de sol e de fúria
que nos verá nascer.
Então:
nem choros nem medos nem uivos
nem gritos nem pedras nem facas
nem fomes nem secas nem feras
nem ferros nem farpas nem farsas
nem forcas nem cardos nem dardos
nem guerras, nem mal!
Porque há momentos tão intensos como umas simples palavras e uns simples acordes que entoam fortes no nosso cérebro e no nosso coração. Existem muitas maneiras de voar. Eu escolhi esta e ainda não me arrependi... A madrugada tanto esconde surpresas doces como amargas. Continuarei caminhando nela, pela leve mas forte calçada da vida sem a temer. Porque todo o fel, setas, choros, uivos, medos, gritos e mal fizeram-me fazer parte dela, conhecê-la, entendê-la, desafiá-la! *
PS: E ainda dizem que não há bons projectos portugueses! Puff!*
1 comentário:
E pelos vistos escolheste bem ;)
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