quarta-feira, setembro 17, 2008

Ancoragens...sem Sopros...


Quantas manhãs, não pararias tu para escutar o som do nevoeiro...aquele som que não escutas, mas de uma forma mágica ou paranormal sentes sussurrar-te ao ouvido um friozinho suave na face...

Junto ao mar, surgem imensas vezes estes nevoeiros, que afirmam aromas salinos e provocam assim um aroma diferente em cada manhã...mas no alto mar…não acontecem estes mesmos sabores.

...não são sabores suaves, mas sim agrestes e cheios de receios, pois muitas vezes não se vê nada em redor...e...

...e não existe terra firme para pisar e sentir a segurança.

Mas são estas ancoragens sem Sopros...que perduram e sustentam uma vida singular e especial. No meio da imensidão de um mar sem vista, sem segurança, sem possibilidades imediatas...cresce uma adrenalina selvagem, que afinal apenas quer e tem como essência um único significado...

Sobrevivência...

Os nevoeiros de alto mar são assim...como diria, hummmm...

...são como passagens secretas para uma nova oportunidade, para uma...nova Vida. Sim poderia definir desta forma estes nevoeiros.
Quantas e quantas vezes, não imaginamos a possibilidade de chegar...lá! Quantos segredos estão escondidos num manto forte, baço e frio.

Mas...quando sustemos e não sucumbimos a esta adrenalina louca, quase com nome "medo", as linhas de um novo rosto surgem e as marcas que ficaram demarcadas naquele rosto, são a única substância que resta para mostrar...aquele momento de incertezas.

Não é como os nevoeiros da costa, que podemos descer a Vela do nosso barco e ancorar sem sopros que nos levem...

No entanto são inevitavelmente iguais...ambos passam e trazem de volta o mais clarear das cores.

E então aí surge um novo ressurgir, um novo querer de Sopro...para que Ele nos leve para onde depositamos uma Vida...um Querer...um Existir...um...Eu.
Ancoragem...sem Sopros...
Certezas...com a própria essência residente e constituinte do próprio Ser...

Mas nada nem ninguém conhece o que irá acontecer nesse caminho ou os pensamentos de um ser perfeito na sua imperfeição...só Ele tem essa virtude e “castigo” de acompanhar o velejar de cada um dos que criou, diferentes e tão iguais. Na simples maravilha de te tornar tão especial como complicado, mas sendo Dele e para Ele a maior das suas obras.

Por isso sinto a música que te deixo de uma forma apaixonante...são letras individuais que se juntaram numa cabeça, num Ser...que num momento de transcendência para mim...deixou uma mensagem tão directa e pessoal, que me faz rebentar por dentro com a realidades destas palavras...e Viver.



Para ti, uma libertação única e própria deste ser que procuras conhecer, mesmo quando pensas saber já muito dele...entendes que nada sabes e isso, bem isso proporciona-te viagens únicas e cheias de cultivo próprio, onde eu aprecio o teu crescer e revejo o meu...fico feliz.




Brandi Carlile - THE STORY











Um beijo muito grande amiga.




Jorge Valente

terça-feira, setembro 16, 2008

Ás vezes...

Às vezes é preciso aprender a perder, a ouvir e não responder, a falar sem nada dizer, a esconder o que mais queremos mostrar, a dar sem receber, sem cobrar, sem reclamar.

Às vezes é preciso respirar fundo e esperar que o tempo nos indique o momento certo para falar e então alinhar as ideias, usar a cabeça e esquecer o coração, dizer tudo o que se tem para dizer, não ter medo de dizer não, não esquecer nenhuma ideia, nenhum pormenor, deixar tudo bem claro em cima da mesa para que não restem dúvidas e não duvidar nunca daquilo que estamos a fazer.

E mesmo que a voz trema por dentro, há que fazê-la sair firme e serena, e mesmo que se oiça o coração bater desordenadamente fora do peito é preciso domá-lo, acalmá-lo, ordenar-lhe que bata mais devagar e faça menos alarido, e esperar, esperar que ele obedeça, que se esqueça, apagar-lhe a memória, o desejo, a saudade, a vontade.

Às vezes, é preciso partir antes do tempo, dizer aquilo que mais se teme dizer, arrumar a casa e a cabeça, limpar a alma e prepará-la para um futuro incerto, acreditar que esse futuro é bom e afinal já está perto, apertar as mãos uma contra a outra e rezar a um Deus qualquer que nos dê força e serenidade.

Pensar que o tempo está a nosso favor, que a vontade de mudar é sempre mais forte, que o destino e as circunstâncias se encarregarão de atenuar a nossa dor e de a transformar numa recordação ténue e fechada num passado sem retorno que teve o seu tempo e a sua época e que um dia também teve o seu fim.

Às vezes, mais vale desistir do que insistir, esquecer do que querer, arrumar do que cultivar, anular do que desejar. No ar ficará para sempre a dúvida se fizémos bem, mas pelo menos temos a paz de ter feito aquilo que devia ser feito, somos outra vez donos da nossa vida e tudo é outra vez mais fácil, mais simples, mais leve, melhor.

Às vezes, é preciso mudar o que parece não ter solução, deitar tudo abaixo para voltar a construir do zero, bater com a porta e apanhar o último comboio no derradeiro momento e sem olhar para trás, abrir a janela e jogar tudo borda fora, queimar cartas e fotografias, esquecer a voz e o cheiro, as mãos e a cor da pele, apagar a memória sem medo de a perder para sempre, esquecer tudo, cada momento, cada minuto, cada passo e cada palavra, cada promessa e cada desilusão, atirar com tudo para dentro de uma gaveta e deitar a chave fora, ou então pedir a alguém que guarde tudo num cofre e que a seguir esqueça o segredo.

Às vezes, é preciso saber renunciar, não aceitar, não cooperar, não ouvir nem contemporizar, não pedir nem dar, não aceitar nem participar, sair pela porta da frente sem a fechar, pedir silêncio, paz e sossego, sem dor, sem tristeza e sem medo de partir.

E partir para outro mundo, para outro lugar, mesmo quando o que mais queremos é ficar, permanecer, construir, investir, amar.

Porque quem parte é quem sabe para onde vai, quem escolhe o seu caminho e mesmo que não haja caminho porque o caminho se faz a andar, o sol, o vento, o céu e o cheiro do mar são os nossos guias, a única companhia, a certeza que fizemos bem e que não podia ser de outra maneira.

Quem fica, fica a ver, a pensar, a meditar, a lembrar.

Até se conformar e um dia então ESQUECER.


Jewel - Foolish Games



Um desafio aceite...

Porque precisava, porque insististe, simplesmente porque sim...

Y

sábado, setembro 13, 2008

Segredos fechados...




De que serve o teu disfarce e o teu secreto olhar
Se não tens ninguém a quem te revelar?

(...)

De que vale teres a Lua e o Céu inteiro para voar
Se não tens ninguém a quem te poder dar?



Corro para me salvar noutro lugar.... *

segunda-feira, setembro 01, 2008

Quando...

Quando as palavras ficam presas...
Quando o simples acto de respirar é realizado com dificuldade...
Quando a mágoa fere o coração e o aperta...
Quando os olhos ficam tristes...
Quando...




... simplesmente bastaria um abraço fechado!
Longe daqui, bem longe daqui...