segunda-feira, março 30, 2009

Elevando-me à Tua radicalidade...

2 anos de radicalidade cumpridos...


Lembro-me como se fosse hoje. Estávamos no FJ e pediste que me sentasse junto a ti. Tinhas um pedido a fazer. Convidaste-me a ser radical. Eu, pouco ou nada sabia de tal aventura mas, não era (nem é) de mim declinar perante desafios propostos... Na mesma altura apareceu-me outro desafio e, foste o primeiro a incentivar-me a aceitá-lo. Fi-lo e sorriste para mim. Sorriste ao veres que me lançava, sem corda, no desconhecido. Deixaste-me viver e concretizar o meu plano. Ainda me lembro como se fosse hoje.


Na Páscoa de 2007, há 2 anos, vi-me desafiada pela segunda vez. Aceitei novamente e, nessa altura, não houve mais nada a impedir que me tornasse radical.


Foi uma experiência única. Sentia-me com medo por ser a primeira vez, mas logo encontrei uma equipa decidida em ajudar os novos membros a se enquadrarem. E que ajuda! Depressa nos tornamos "um" e assim, neste ambiente de interajuda, realizámos o C_Radical V.





(...)

Natal. Tempo de novo Itinerário Espiritual. Tempo de novo C_Radical. Desta vez o C_Radical VI. Nova experiência se criava no meio da união daquele grupo maravilhoso que um dia tive o privilégio de integrar. Noitadas em reuniões, sorrisos e risos de brincadeira enquanto as ideias brotavam de todas as nossas cabeças. Acabávamos por não reparar no tempo a passar e isso foi simplesmente divinal. Quando demos por nós estávamos de tal forma unidos que a amizade cresceu a velocidade estonteante e, quando faltava um, faltava muito ao grupo. Mas, no fim, com muito esforço e dedicação, criou-se um dia maravilhoso para eles, jovens desta diocese, que quiseram ver a Cristo na radicalidade da vida.



C_Radical VII. Agora uma experiência mais madura. Depois de outras duas muito produtivas e de aprendizagem, chegou a vez de ousar ir mais além. Tinha bagagem suficiente para me superar e foi isso que fiz. Com alguém experiente a fazer dupla comigo e com um grupo fascinante, tentei-me a fazer mais e melhor e sinto que consegui. No meio da azáfama, é belo de observar a forma como a mensagem passa... Ouvem-nos e tentam mudar o que têm construído. Assumem um compromisso de fé que não querem ver abalado e dão o salto sem corda. É isto que faz de todos os meninos c_radicais especiais... o salto! E é a todos eles que agradeço e devo o meu crescimento.



E após um Natal de paragem, eis que chega a altura do C_Radical VIII. Novos membros, novos desafios, novas ideias. Há que inovar, há que criar novas oportunidades para aqueles que vêem até nós para descobrir Cristo de uma forma radical. Muito me ensinaste até então e esta foi a vez em que me propuseram "ensinar". Sensação diferente, de maior responsabilidade que foi cumprida com toda a dedicação do mundo. Caras novas foram sinónimo de novos sorrisos e aventuras. Foi tudo diferente mas foi tudo óptimo. Não há palavras que consigam exteriorizar toda a adrenalina e toda a união daquela grande equipa: o C_Radical VIII. Cada um de nós foi essencial para que este nascesse e fosse criado. A equipa projectou, vocês participantes realizáram-no. Foram peças de um puzzle especial que não terá comparação, como nenhum teve ou terá. Agora cabe a vocês elevarem-se a pouco e pouco, tentando fazer sempre mais para igualar a radicalidade de Cristo.


  • Eu hoje sorrio porque sou feliz por vos ter conhecido.
  • Eu hoje sorrio porque ainda existe gente que vê o verdadeiro valor que temos enquanto movimento.
  • Eu hoje sorrio porque Te aceitei na minha vida.
  • Eu hoje sorrio porque agradeço o que em em mim Fizeste.
  • Eu hoje sorrio porque Vives em mim e eu gosto de viver em Ti.


Obrigado JC! =) *

sexta-feira, março 20, 2009

Sede...



Dás-me sede...

Cansada da maratona do dia a dia, páro por momentos e descanso... sentada, nos degraus da minha vida. O calor que se faz sentir percorre-me o corpo e faz-me suar... Pequenas gotas de água percorrem-me o rosto...

São gotas de recordações que não querem ser esquecidas... São gotas de necessidade... São gotas da perfeição do incompleto que não se contenta com o que é...

Sinto uma sensação de sede... Sede de verdade, sede de acreditar, sede de sonhar, sede de ter medo de arriscar...

Longe vai o tempo do estômago apertado, do corar envergonhado, do parar de respirar, dos joelhos fracos, das borboletas a pairar no ar, do passarinho azul... Sinto uma sensação de sede!

Faz-me falta o sono perdido, o tempo atribulado e que corre a velocidades estonteantes... Faz-me falta ser fraca, sentir medo, sentir que não controlo nada... Faz-me falta ser surpreendida... E sinto ainda mais sede!

Faz algo mais que fugir! Estou sem tempo...

Sem tempo para o jogo de sempre. Conheço as regras, conheço os truques, conheço o final... Sempre o mesmo!

Traz-me sonho, traz-te a ti, traz-me algo! Estou sem tempo...

Sem tempo para a falta de novidade, para a falta de originalidade, para a falta de entusiasmo, para a falta de entrega...

E isso provoca em mim sede... Sede de sentimentos, de veracidade, de vida!

Quero poder acreditar e sentir uma paz dentro de mim. Quero esperar no presente pela novidade do futuro sem sobressaltos. Quero manter-me equilibrada e estável... sem sede!

... E assim, sem sede, quero-te só pra mim!



Beijinho*

quarta-feira, março 11, 2009

Volto já!


Descemos aqueles degraus rumo ao deserto mais íntimo do "Eu". Desprovidos de camuflagens, tentamos discernir o que é real do que é ilusão.

Anseios desmedidos, necessidades transcendentes.

Aos olhos de muitos será só falta de juízo. Aos nossos olhos é, sem dúvida, magia ilusória que preenche os espaços feridos de uma alma.

Que sabes tu de mim?
Que sei eu de ti?

Mais do que supomos, mais do que imaginam, mais do que queremos.

Sinais que esperas que decifre. Sinais que quero que percebas.

Volto já!

Volto já... da montanha russa, da roda viva, do rodopio estonteante!

Volto já... um termo carregado de esperança, mesmo que absurda, do voltar que se quer parado no tempo mas, que não se controla neste.

Volto já... como se não me conseguisses deixar ir, como se eu não quisesse ir, como se nós não pudéssemos seguir.

Presos, atados, acorrentados a um bater sincronizado de vida. Sim, Não, Talvez... Hum... Volto já!

E respira-se, mais uma vez, no meio da falta de ar provocada pela incógnita atrofiante do futuro imprevisto que nos persegue.

Volto já... É sempre mais fácil de assumir do que o "adeus". É sempre mais fácil de assumir do que o "aqui permanecerei". É a facilidade que nos livra da escolha que não queremos tomar. É a facilidade que nos livra do confronto com as reais vontades...

E, entre sopros misteriosos de desejos escondidos e suprimidos, subsiste a vontade de um querer que implica proximidade, presença, permanência.

Um querer ilusório que só existe no mundo de cartão que criámos um dia...

Transformamo-nos em personagens místicas... aquelas que um dia nos fizeram sonhar e, vamos correr mundo, enebriados por sonhos e quimeras que florescerão num novo amanhecer.

Tudo é possível na impossibilidade do momento. Tudo é meu, teu, nosso.

Perguntas-me o que quero... Eu respondo que quero o momento embrulhado em papel de magia, decorado com um laço de eternidade e com um toque brilhante de purpurinas de sonhos.

Corres a dar-me o que quero. Sabes que o tempo urge e amanhã não estaremos cá. É uma luta desenfreada contra o que se afasta de nós.

Mas, mesmo assim, ainda há tempo para sermos muitos, capazes de ganhar hoje o nosso esplendor, fixo num olhar no escuro...

Volto já...



Cecy Y

sábado, março 07, 2009

Abraças-me?

Acordei cedinho hoje. Contemplei o sol que pairava do lado de fora da janela. Já não me lembrava de acordar cedo a um sábado...

Houveram certas imagens que não me largaram durante toda a noite... Eram imagens de sorrisos, de dedicação, de simplicidade que provocaram em mim uma compaixão gigantesca. Admirei, vezes sem conta, cada passo, cada traço daqueles rostos, cada temor primário...
Admirei a originalidade, a força e a ousadia... Admirei cada abraço...



Concerteza não vos estou a mostrar nada de novo. Também não o era para mim... Mas hoje, mediante o desafio que me foi lançado, estas imagens fazem todo o sentido. Transmitem muito mais do que um dia transmitiram e comportam em si uma força extraordinária que quero (tentar) incutir naqueles que amanhã (possivelmente) me "ouvirão".

Quantas foram as vezes que necessitámos de um abraço e simplesmente não o tivemos?

Quantas vezes o simples aconchego seria a salvação de um dia, de uma vida?

Quantas vezes o outro precisou de um abraço da nossa parte e não o teve porque tinhamos coisas mais importantes para fazer?

É difícil percebermos o que esperam de nós... e quando esperam! Mas é fácil estarmos atentos e, mesmo que tenhamos dúvidas, não hesitar em oferecer gratuitamente os nossos braços, em forma de abraço.

Uns acharão que é uma perda de tempo, outros dirão que uma população envelhecida não cederá a uma ideia ousada de jovens "tão pouco presentes" na sua comunidade. Eu digo que vale a pena tentar. Digo que a ideia não é absurda e que, mesmo que não admitam, a alegria que um abraço comporta mudará, nem que seja um pouco, o dia daquele que o dá e que o recebe.

Chamem-me sonhadora, utópica, ingénua. Eu sei o quanto é terapêutico um abraço, um sorriso, uma entrega. Sei o quanto já me mudaram os dias... Sei o quanto já mudaram os dias de alguém... Tudo porque a proximidade, o carinho e a atenção oferecidas em (a)braços não são mais do que uma forma de amor desinteressado.

Mesmo que no fim a resposta não seja a melhor irei sorrir porque simplesmente tentei...

"Mais importante que chegar é partir!"