sábado, agosto 12, 2006

Confiar ou não confiar... Eis a questão!


Cada vez é mais dificil, pelo menos para mim, confiar em quem me rodeia.
Sempre fui demasiado independente e pensei que essa independência me daria garra para ultrapassar qualquer desilusão. Em tempos, isso realmente acontecia. Só que a tristeza e o sofrimento que essa situação causava eu sabia interiorizar, possivelmente para não dar parte fraca. Hoje é tudo diferente.
O pensamento "o que os outros dizem e fazem para comigo não me afecta" sempre fez parte dos meus lemas de vida. E continua a fazer parte quando se trata de pessoas que na minha vida não têm, nem tiveram qualquer importância! Agora acho que ninguém pode dizer que não se afecta quando, amigos, a família, entre outras pessoas de confiança, decidem ser umas bestas deitando por terra a relação que vos une. E os motivos podem ser todos e mais alguns! O que mais me irrita é que isto acontece constantemente. Acho que já não sei definir a palavra amizade. Acho que já não entendo em que é que se baseia a relação entre as pessoas. Sinto que as pessoas não se respeitam, só se preocupam consigo mesmo, armam-se em vítimas constantemente e só são felizes se os outros estiverem pior do que elas. Eu decididamente sinto que me falta tempo para me preocupar com a minha vida. Agora não entendo como é que os outros têm tempo para se preocuparem com a vida deles e com a dos outros.
Tenho é pena das pessoas que acabam por sair prejudicadas desta situação. Sei muito bem que não posso generalizar mas não é fácil confiar quando somos bombardeados diariamente por traições, homicídios sem motivo, violência doméstica, etc... Onde está o diálogo? Onde está o respeito? Onde está a dignidade? Onde está a compreensão? Onde está a razão, a consciência dos actos? Ou então o simples perdão, se realmente foi um erro que se cometeu e que não se quer voltar a cometer?
Não sou mais do que ninguém. Agora não consigo dormir quando acho que estou a ser injusta com alguém. Tento resolver tudo aquilo que está ao meu alcance, acabando por me tornar chata. Eu sei. Mas é assim que eu sou.

Talvez pense demais, ou os outros pensem de menos nas suas acções.

Perante situações destas a desilusão é grande mas o ensinamento é muito maior!
A partir de hoje vou ser muito mais cuidadosa em relação a quem confio! É que não tenciono cair no mesmo erro duas vezes... No entanto nunca se sabe!
Vou ainda confiando em pessoas que só pela sua existência e presença na minha vida me fazem sorrir e esquecer o que outras pessoas fizeram.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Como agarras a vida?


Ontem, numa reunião do grupo de jovens, perguntaram-me como agarrava a vida! Numa altura em que me considerava bem, sem grandes complicações para resolver, eu soube responder! Fui logo das primeiras (para variar :P). Hoje, porém, vendo que existem coisas que me fazem sentir encurralada, a resposta já não sai tão facilmente. O que mudou de ontem para hoje? Muita coisa e ao mesmo tempo quase nada... Quando aparecem pedras no nosso caminho, que nos fazem temer que planos por que tanto ansiavamos podem estar condenados tudo muda... ou melhor... tudo mudou para mim! Já há algum tempo que venho a notar em mim que só consigo escrever qualquer coisa neste blog quando estou menos bem com a vida, quando procuro respostas ou saídas para os problemas ou pseudo-problemas que me assolam. Porquê? Porque não consigo partilhar a emoção de um abraço sincero, ou de um beijo mais expressivo, ou até mesmo a emoção de estar viva? Não sei. Não sei mesmo e a mais pura verdade é que parece que o meu cérebro bloqueia quando estou feliz. Ou então pode ser só egoismo que me faz não querer partilhar o que de bom me acontece!
Então e que posso eu fazer para agarrar a vida neste momento? Neste preciso momento em que tudo o que estava mais ou menos certo passou a incerto nuns segundos? E eu não aprendo... E eu continuo a sonhar com algo que posso ter como certo quando sei perfeitamente que num segundo a vida muda... Penso que é a minha parte optimista a falar! Penso que seja ela que se agarra com o que pode e com o que não pode àquilo que quero para um futuro. Mas no entanto não é tão segura assim! Basta algo que a assombre para ela se deixar abater! Só que por mais estranho que pareça não desiste! Pode ser vítima de mil e uma armadilhas mas não desiste! Porquê? Ou melhor... Para quê insistir em acreditar no futuro? Porque só assim sei que estou a agarrar a vida, não deixando que as tempestades que assolam toda a gente acabem com o sonho que comanda a minha vida!

PS: Só não há solução para a morte, por isso acho que vou mesmo começar a dar uso ao meu cérebro de maneira a encontrar uma solução para que possamos continuar de mãos dadas! Eu sei que farás o mesmo.