sexta-feira, outubro 16, 2009

Nós também temos dúvidas...

O daltonismo das coisas que queremos faz-nos ficar sem saber se havemos de avançar, recuar, ou ir andando com prudência. (by Rosa Cuequinha)

Falávamos de lutas ontem... daquelas lutas que deixaram de existir e têm feito secar o ser no seu todo. Eu vou-me agarrando à grande luta que ainda controlo. E sabes porquê? Porque as outras têm sempre um quanto de injustiça, um quanto de morte precoce que nos fazem cair vezes sem conta devido, exclusivamente, à falta de compreensão das verdadeiras necessidades. É estranha a forma como nos tornamos repetitivos. É estranha a forma como vão abrindo cada vez mais o fosso da ruptura. Sabes o que não é nada estranho? As atitudes precipitadas de afastamento que criam um mundo envolvente desagradável através, simplesmente, da desilusão e da falta de entendimento real das tais necessidades. Não olham para nós como pessoas de possíveis dúvidas... Não olham para nós como seres que também têm medo, receio e desorientação... A única diferença que ainda reside em nós é o facto de não nos deixarmos sucumbir à primeira indecisão... Nós deixamos acalmar, orientar e só depois agimos... Porque sem um pouco de paragem e esforço para conhecer as reais vontades não devíamos decidir nada! A ponderação dos prós e dos contras nunca nos afectou e muito menos tivémos algum dia medo de chegar à conclusão que não dá! O que nos continua a marcar pela diferença é que ao assumirmos tal escolha não mudamos de atitude radicalmente... Tratamos de a adaptar à situação...

Existe o oito e o oitenta, o tudo e o nada... Tentem lá parar para ver que a maturidade não se constrói nestes extremos mas nos restantes números entre estes dois... Cresce na forma inteligente como gerimos todas as confusões...

Sabem? Nós também as temos, também as vivemos e também temos alturas que nos apetece ser radicais e viver de extremos.

Mas a maturidade (felizmente!) fala sempre mais alto...


6 comentários:

Anónimo disse...

A maturidade constroi-se de todas as experiencias do dia-a-dia.. hoje mais um bocadinho que ontem

beijinhoss

White Knight disse...

Às vezes mais vale atirarmo-nos de cabeça!Andar a medir prós e contras estraga tudo e ainda ficamos mais baralhados...

cathy disse...

Fiquei curiosa e fui à procura da definição de "maturidade". Eis o que encontrei:
"Dentro de uma visão psicológica, diz-se o ser humano maduro, aquele que tem uma grande experiência de vida e uma visão melhor dessa no seu sentido filosófico. A maturação, nesse sentido, pode ocorrer após ou durante uma crise psicológica, desencadeada, geralmente, por algum evento importante na vida do indivíduo."

Filipa disse...

Eu vivo sempre nos extremos, não sei se isso é bom ou mau. E quanto ás lutas.. acabo sempre por me descontrolar. Gostei muito do texto, tem a sua lógica e razão :)

Daniela e Yolanda disse...

Simplesmente perfeito :D
Desculpa lá a invasão ^^

Rosa Cueca disse...

Olha eu ali! :)

Agora, sobre as tuas palavras...
A sensação progressiva de afastamento é das piores, talvez por sentirmos isso por vezes nos dê vontade de abalar o mundo de alguém e querer uma reacção - um acorda, não vês que assim vais perder o que temos?.

Ou então sou eu a "ler" demasiado nas entrelinhas :)