Divagando na quase perfeição....

Teimas em dizer que estou próximo dela, que nos transporto para ela, que quase a vivenciei... Mas afinal o que entendes tu por quase perfeição?

Falas da capacidade de criação do irreal dentro do real, da loucura de atravessar nevoeiros cerrados e dos banhos de chuva ao luar?

Falas dos olhares brilhantes que cortam almas e do toque arrepiante e quase angélico de umas mãos que transportam carinho, presença e atenção?

Falas dos acordes que se ligam enquanto vagueamos cada vez mais próximos do ideal que criámos?

Afinal de que falas tu?

Falas dos voos imaginários e das viagens atribuladas que embarcámos num dia para nunca ter fim? Ou queres que me lembre dos maravilhosos símbolos que puseste no meu caminho, alinhados de uma forma tão doce, original e ... tua? 

Afinal o que queres que recorde como quase perfeição? O abraço fechado ou o beijo molhado, incerto no tempo mas certo na emoção que tranbordava? Queres que me lembre das pegadas que deixei profundamente marcadas em ti e no teu ser e que não sabes, nem queres nunca apagar?

O que é isso afinal? Doces sentimentos, ternas certezas momentâneas, grandes necessidades de ar purificador... o que é?

Estive eu, porventura, na tua perfeição e não me avisaste? Conseguiste obter o que nunca pensei sequer existir enquanto vagueava ao som e ao sabor da chuva?

Onde estive eu nesse tempo?

Onde estiveste tu?

Estivémos nós juntos e/ou unidos alguma vez?

Divagando na quase perfeição....