quinta-feira, março 20, 2008

Distante como o tempo...


Hoje passeio a minha mente por toda a loucura que ocorreu à um mês atrás. Hoje toda aquela estrada foi lembrada. O caminho era interminável, o tempo não passava.

(...) Desde sábado que o tempo se instalou na minha vida e tem sido uma autêntica dor de cabeça. Ora anseio que passe. Ora anseio que pare. Não sei se foi devido à canção que o meu mosquetão cantou e que a toda a gente marcou. Mas creio que sim. O reforço do tema levou-me a parar e dedicar um pouco de mim a ele. E acho que o problema foi esse. Não sei se criei uma obsessão à volta do tempo. O que sei é que tem sido causa de muita controvérsia. (...)

E retomando a minha viagem... Dei por mim sentada no chão da sala, com o computador à frente, completamente colada no verde do símbolo das farmácias. Esse verde fez-me viajar e recordar todo o verde da viagem que fiz... Toda aquela natureza com que era brindada a cada quilómetro. Cheguei a irritar-me por ver tanto verde junto. Hoje só queria estar uma vez mais naquele autocarro, naquela direcção. Não mudaria nada. Nada mesmo. Levaria a mesma roupa, saíria da mesma forma, sorriria da mesma maneira... Projectava tudo igual, com a mesma força, com a mesma ambição... No entanto tiraria um pouco mais de tempo para mim. Deitaria-me novamente no teu colo mas pensaria mais em mim. No que eu quero, na forma como quero, como o posso alcançar e como voar. Sim, aquele céu azul deu-me vontade de voar só para o tocar. Só para procurar aconchego naquelas pessoas que tanta falta me fazem e que lá estão. Mas decidi ficar ali contigo. Precisavas de aconchego? Talvez. Mas não o demonstraste. E eu continuei deitada a construir castelos... Quem sabe um dia mais tarde poderão vir a ser úteis para me refugiar. Ah! E mudaria mais uma coisinha... Insistiria para que a noite não acabasse. Aquela noite não poderia ter acabado daquela maneira porque foi especial de mais. Devia ter sido prolongada um pouco mais contra qualquer tipo de cansaço que pudesse existir. A fraqueza humana acabou por me derrotar e ainda hoje sinto que não estou completa. Não arrisquei e não completei o que devia ter completado. Não por ninguém. Mas por mim...

Um mês depois a sensação de "falta" permanece, e desta vez ainda consegue estar mais aumentada...

Pode ser que logo, ou amanhã, ou daqui a um mês, ou daqui a um ano, quando me lembrar novamente do dia 20 de Fevereiro de 2008, tenha conseguido encontrar o pedacinho que ficou naquela rua, enquanto olhava, maravilhada, o eclipse... Também eu quero ser tempo...

1 comentário:

Andreia disse...

"As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir"

mesmo oportuno...

"Há dias que marcam a alma
e a vida da gente"...o dia que descreves é um desses dias...Nunca se vai apagar da minha memória por vários motivos..principalmente a noite...

tudo foi perfeito, tudo...seria impossivel modificar alguma coisa, primeiro plo facto de as coisas aconteceram de certa maneira porque assim o tem que ser; segundo, plo facto de estar tudo em sintonia e em comunhão...

será inesquecivel porque foi uma noite magica...aconteceu o que muito raramente ocorre...o sol e a lua existirem na mesma dimensão e mostrarem o que de mais belo a natureza nos proporciona...


hoje, curiosamente, é lua cheia..observo-a da janela...sinto-me a levitar e a ser conduzida por ela...sinto o seu brilho, sinto-o penetrar em mim...
- se ha um mes foste envolvida plo sol hoje tens a tarefa de brilhar mais, muito mais e encheres as estrelas que dependem de ti. vai, vai buscar o brilho que te falta bem la no fundo. anda!vai!o tempo esgotasse..- tenho vontade de lhe gritar

é tempo de seres tempo...