quarta-feira, junho 25, 2008

Acordes Eternos



Na maior parte das vezes, só damos valor às pessoas quando as perdemos ou estamos em risco de as perder. Quando o coração se aperta muito e ficamos sem ar só de pensar nessa possibilidade...
Muitas são as pessoas que pegam numa caneta e teimam em marcar a tinta permanente a folha da nossa vida... Desenham, pintam, escrevem... Fazem um sem número de marcas que, por muitos anos que passem, permanecerão. E é uma dessas marcas que deixarei aqui hoje... Deveras importante, por sinal... A nostalgia da recordação de momentos únicos que irão para sempre ser lembrados como acordes eternos...

Vens em ondas de som,
Trazes intermitências de algo
completamente semelhante ao que vejo
mas com a essência de que sinto...
Sabes-me a Eu a ser Eu!
Um eu preso aí, fugindo com medo,
tremendo com o arrepio de te sentir...
És tu, és tudo o que levas,
és a vontade e a realização,
o aplauso, os acordes da meditação,
a suavidade de não existires
senão aqui dentro, dançando,
sorrindo com um olhar,
daqui, de nenhum lugar...
Compassos de repetições extenuantes
de improvisação previsível mas desconhecida,
ritmada por uma beleza íntima.


Sento-me sobre ti, algo que és...
Sinto-te tocar-me todos os vértices,
faces inconcretas de mim.
Fascina-me a tua forma, a falta dela!
A cor que não tens é a mesma que imagino...
Onde estás afinal?
Não, não tu, mas o que de ti sonhei...
concepção perdida de momentos a que me entreguei,
construção indevida de um mundo que criei,
ilusão induzida pelos momentos em que te amei...
Noutro mundo, algures
onde me levaste a viver efemeramente,
eternamente...

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