Pois é... A chuva voltou! E trouxe com ela a nostalgia, trouxe lembranças únicas acorrentadas às formas das suas gotículas, trouxe (realmente) saudade...
... da noite!
... do (nosso) tempo!
... da luz na escuridão!
... do silêncio do teu olhar, que sei de cor!
... de esconder o medo pacífico!
... da loucura fugidia!
... do chão que me oferecias!
... da partilha da dor!
... dos caminhos cruzados!
... de envolver os pés como mãos!
... do bater arrepiante do coração!
... do encontro do Eu perdido!
... de vencer o espaço!
... de saltar no vazio!
... do aconchego do teu regaço!
... de bailar na estrada!
... do beijo louco no porto!
... de amar em segredo!
... do mundo longe de nós!
... de fintar o futuro!
Saudade ... de ti!
Caminho devagar, com passos curtos, rumo ao aconchego do meu lar. Sinto na minha mente as tuas palavras a chocarem umas com as outras. Demasiada informação... Demasiadas imagens... Demasiados arrepios... Demasiados sinais, vindos sei lá de onde, que me confundem e perturbam na pouca paz que consegui arranjar...
Rapidamente me fazes viajar para a noite que um dia agarramos. Balanços de libertações leves, semelhantes ao vento que nos envolve. Mesmo na pouca distância que nos separa continua a existir a impossibilidade da fusão completa. Podemo-nos tocar, queremos fazer parte da imperfeição do outro Eu mas não dá. Não há possibilidade para sermos notas da mesma música... Queremos... só que não podemos! Mas, mesmo assim, tentamos diminuir os impedimentos, saltando para fora da presente realidade... E aí, tudo é possível! Eu sou tu... e tu és eu!
Porta aberta, o corpo a descansar da adrenalina que o invade... Sorris com a tua transcencência tão própria e tenho de retribuir! A beleza da escuridão confunde-se com a tua e dá-te outro brilho... Gosto do que vejo... Sorrio porque simplesmente... GOSTO!
Saiste de ti... Fizeste-me sair de mim... No universo mágico que me mostraste deixaste o gostinho de aventura irresistível.
Hoje sinto aquele som que não escuto, mas de uma forma mágica ou paranormal me sussurra ao ouvido... Hoje imagino, simplesmente imagino, a possibilidade de chegar...lá!
É uma viagem incógnita esta que me acompanha o ser. São duras as incertezas do comunicar em silêncio. A tua mente pode criar ilusões muito próprias, fruto de momentos únicos... ou simplesmente reprimir e ignorar desenrolares pouco convenientes e incertos.
Não sei... Mas a chuva que demarca uma história de lembranças que doem e fazem sorrir, que transporta pessoas que ficam nessa mesma história, que nos dá emoções cheias de vida e que escorre em rostos marcados por dias de saudade, essa é a chuva que me cobre hoje e me tenta fertilizar para que não deixe o fogo morrer sob ela...
... E a chuva voltou!
Um beijinho molhado pela chuva da minha alma... *
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