segunda-feira, julho 14, 2008

Liberta-te(-me)!


Gritos, berros, correrias, confusão…


A futilidade da vida… O negro de um manto que me cobre e sufoca. Tento fugir, mas a escuridão consome-me, quero-me libertar mas não consigo…


A tortura que me leva à loucura, a loucura que me leva à tortura...


Estou perdido neste mundo de gritos, berros, correrias e confusão...


Só me restam aqueles rastos de luz que me alucinam e me dão algum conforto, paz... Os raios que giram a minha volta ordenadamente…


Ordenadamente, esta palavra que me enlouquece. a ordem, tudo direito... Porquê se o sentido da vida está na desordem? Porquê? Estes porquês sem resposta com resposta onde não há resposta?


A desordem… a desordem de chamas que saem de mim, da minha alma, do meu ser, do meu mundo interior... Só essas têm sentido, só essas me dizem algo...


É na desordem que me encontro, é neste ser, que não existe, que me quero aconchegar como a borboleta no seu casulo que se transforma, se enriquece… para quando me sentir bem, explodir e sair cá para fora em toda a minha magia, em toda a minha essência, e encontrar o lago em que a lua brilha porque alta vive como eu vivo, e sei que vivo na minha própria desordem o fogo que me liberta.


by Nuwanda



Uma história igual a tantas outras... Uma história que pode ser a nossa... Basta-nos regressar áqueles tempos de confusão, de medos e receios que nos assolam a alma... Hoje sinto-me assim... Confusa, receosa... Quero o meu canto para me aconchegar e não o consigo encontrar... Porquê? Já não o reconheço? Será que ele mudou? Ou fui eu que cresci e mudei as minhas necessidades? Quero ver e não consigo... Só consigo olhar... Toco e não me sinto nem sinto nada à minha volta... O coração e a alma teimam em se confrontarem e eu já não aguento tamanha gritaria... Ambas as vozes querem-se fazer ouvir... E o que eu queria era só um pouco de silêncio... Sim, aquele silêncio que tanto me irrita, me preocupa e me faz tremer... Hoje queria que me acompanhasses... Podia ser que com um pouco de insistência eu percebesse tudo aquilo que tens para me dizer... E tens alguma coisa para me dizer? Será que trazes algo de novo? Duvido... Hoje a única coisa que deves trazer é alimento para a tortura, para os gritos, para os berros, para a confusão de um ser que por muito que saiba o que quer vacila perante tal derrocada do mundo sombrio, confuso, estranho e mórbido que tanto tem evitado...


YCeci

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