Podia ter caminhado sempre com os chinelos calçados. E depois? Irias ser tu capaz de me transmitir a sensação única da areia fria e suave nos meus pés descalços? Duvido...
Podia nem ter olhado profundamente nos teus olhos. E depois? Saberia eu distinguir os teus medos das tuas convicções? Não me parece...
Podia simplesmente não ouvir o que me dizias. E depois? Teriam algum significado todas as lágrimas derramadas? Sem dúvida que não...
Podia deixar de acreditar. E depois? Serei eu porventura perfeita?
Vamos caminhando a medo, receosos do encontro connosco e com os outros. Existem feridas que teimam em sarar devagar mas cada coisa tem o seu tempo. Momentos únicos ganham forma e sem dúvida que marcarão cada pegada deixada neste longo caminho.
Sabe bem quando a ajuda chega. Sabe bem a libertação quando tudo fazia crer que não dava mais. Sabe bem a simples presença, o sorriso sincero e um abraço forte. A alegria virá acompanhar-nos, não tarda nada.
E porquê duvidar quando tantos são os sinais deixados no caminho? Quando tanta gente acredita e está disposta a dar um pouco de si só para que fiquemos melhor? Não merecerão um despertar da nossa parte?
Perdemo-nos tantas vezes no pior que existe de nós. Esquecemo-nos de mostrar aquilo que de melhor temos. Vivemos obcecados com a perfeição, com o "não desiludir" os outros... A sociedade pressiona e estipula o que devemos ser.
E a diferença positiva? Será que não conta? Ninguém é só bom nem só mau. No entanto, somos condenados por aquilo que fazemos de mal, ou que não vá de encontro ao "socialmente correcto".
E nessas alturas, será que o julgamento não podia ser evitado? O que sabemos e fazemos é assim tão correcto que nos dá o direito de julgar os outros?
Tudo que nos é colocado no caminho tem a simples missão de ser o reforço necessário para que continuemos a andar. Falaste-me da forma entusiasta com que algumas pessoas se referem ao sentido de oportunidade da tua presença. Eu hoje não vou falar de sentidos de oportunidade. Vou falar somente das palavras soltas e lógicas que foram saindo sem pedirem, dos sorrisos sinceros e da "amostra" de felicidade estampada no brilho dos olhos. A franqueza das palavras, a presença presente, a simples dedicação a troco de nada foi o bastante para deixar que me libertasses mais uma vez. Vais-me libertando de algo que nem eu própria sei o que é. Mas deixa de doer e de sufocar e a paz regressa. Por uns instantes, horas ou dias... Acho que isso já me cabe a mim decidir...
As oportunidades vão sendo aproveitadas ao seu ritmo, na altura certa... Hoje acredito que ontem não era a altura certa... mesmo!
Vamos andando, vamos aprendendo, vamos caindo, vamos sorrindo... O que importa é que não deixemos de ser o que somos. Aproveitemos aqueles momentos únicos para nos colocarmos de novo no caminho.
Não vale a pena desistir.... porque nunca ninguém disse que ia ser fácil!
É assim não é? =)
Um grande, grande grito de alma e ensinamento...
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