sexta-feira, agosto 15, 2008

É tempo de... parar!




Vagueia-se ao acaso, dão-se passos incertos. Cabeça baixa, coração apertado, medos camuflados. À medida que o trajecto se vai desenhando, vou enfrentando o desconhecido de sensações que me vão aguardando. As imperfeições daquelas pedras da calçada misturam-se com a beleza das flores que transporto em mãos. De repente tudo se conjuga e tornam-se somente artifícios de um caminho que é só meu.

Á medida que caminho se faz vai chegando um certo consolo... Vem até mim em forma de sorrisos e força, como que a indicar que permanecemos unidos nesta (estranha) luta.

Mas falta os traços característicos do teu rosto. Não importa o que transmite, não importa se não está exactamente igual. Basta que eu o veja para absorver parte de energia e força que vão faltando.

Olhas fixamente. Vejo-me reflectida nessas lágrimas que teimam em jorrar dos teus olhos. Não, não digas nada. Sente, aperta a minha mão. Ficas com algo só meu que irá ter a grandiosa missão de te manter em segurança. Fecha-o, aprisiona-o. Nunca o largues, nunca me largues.

A distância começa a aumentar, existe novamente o espaço escuro que nos impede de contemplar.

Eis que voltas a aparecer. Feições carregadas, quem sabe desesperadas mas fragilmente fortes. Acredito que a sonoridade que te envolveu, mostrou que o tempo irá eternizar tudo aquilo que achares por bem eternizar.

Mais uma vez o caminho se fez a andar. Rodeados de gente mas exactamente sós. De novo o rosto, de novo a vontade de proteger e amparar... O coração ficou pequenino e a dor e a mágoa foi partilhada. Eram mosquetões e mosquetões de segurança a tentar simplesmente que te mantesses igual a ti mesmo. Contemplações e mais contemplações. Pormenores faciais que falaram por si e que bastaram para que depois o abraço fosse forte o suficiente para conseguir um sorriso.

Lembremo-nos que sozinhos nem sempre aguentamos. Então abriste-me a mão e pediste-me para que eu lhe fizesse o que um dia te fiz. E eu tremi. Eu gelei. Por segundos tudo se desmoronou para no minuto seguinte se erguer. Forçaste-me a obter a força que julguei perdida...

E é quando temos pessoas que nos abraçam sem motivo, que nos olham e sorriem, que nos olham e choram, que nos abrem as portas de casa, que acreditam em nós, é exactamente com elas, nelas e pelos seus actos que encontramos peças dessa felicidade que todos pretendemos alcançar um dia.

(...)

E agora continua-se a caminhar. Novos rumos, novas aventuras. O desconhecido chama-me ferozmente para os lados de França. Quem sabe não ouvirei essas grandes vozes e voltarei com a resposta para a célebre pergunta: "Qual é o sentido da vida?"

Por agora só existe mesmo um grito de alma, cansado mas necessitado...

1 comentário:

Andreia disse...

percorri exactamente a mesma estrada..vi exactamente o msm rosto...aquele face que disse tudo...que sim, apesar de tudo conseguiu transmitir mt força e segurança...

agradeço-te pelos mimos, pelo colo, pelos sorrisos, pelos abraços, por seres quem és..por teres entrado e permaneceres na minha vida...

neste momento viajas pra um sitio desconhecido. na mala levas espectativa, coraçao aberto e amor e espero que leves todos aqueles que ctg vao tentando viver...

beijos grandes
gosto-te