Eu tenho um herói. O meu herói já tem passado por muito. É mais ou menos da minha altura, tem olhos esverdeados e neste momento está careca mas era dotado de uns belos caracóis. É fotógrafo e toca viola. Adoro quando me faz rir e tem um coração de anjo. É uma pessoa que é impossível não gostar, tem mais amigos que pêlos no corpo, adora noitadas e é das pessoas que mais me acompanha nas minhas aventuras. O meu herói está quase a fazer anos mas está cada vez mais fraco... e o meu coração cada vez mais apertado. É cruel que ele esteja naquele hospital, preso porque a maldita febre não passa e a falta de ar começa a apoderar-se dele. Tenho tantas saudades dele. Tenho tanto medo. Este meu amigo é uma benção na minha vida. É aquele que nunca me julgou, que sempre me compreendeu e que me disse tantas vezes que fico feia a chorar. Está cada vez mais magro e eu quero-o empaturrar de ovos moles e outras coisas do género para ver se os malditos valores chegam ao normal para ele combater aquela maldita doença. O meu herói tem trinta anos. Eu conheço-o há dois mas parece que sempre vivi com ele. É, sem dúvida, das pessoas que mais lutam e que mais acreditam nesta vida... mas começa a perder as forças e a querer desistir. O meu melhor amigo faz-me tanta falta que eu se pudesse corria para os braços dele neste exacto momento e protegia-o disto tudo. Eu tenho um herói bonito, sorridente, inteligente e amável que vive neste mundo com o único propósito de se dar e de fazer sorrir quem o rodeia. Será pedir muito que o deixem continuar com a sua missão em plenitude? Isto dói tanto...
(...)
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Se eu podia viver sem ti? Não, não podia por isso trata de te pôr bom... *