A partida foi, deveras, sentida... No meio de agradecimentos, sorrisos e caras conhecidas despedi-me de Portugal, por uma semana.
As lágrimas teimaram em escorrer-me pelo rosto. Motivo: Antecipação das saudades. Eu sei a falta que muitos de vocês me irão fazer. Mas também sei que estarão comigo em todos os momentos. Sei que pensarão em mim e, quando estiver a desatinar por cá, bastará uma mensagem ou um toque para me sentir "em casa", apoiada...
As viagens de autocarro, os voos, as escalas, mais voos, mais viagens de autocarro, o transporte das malas... Foram mais de 12h nisto... No fim da noite o corpo já se ressentia e, diz quem me "viu", que a cara com que estava era de morta-viva. Mas nada que uma boa noite de sono finlandês não ajude a curar.
Hoje já deixei a parte do morta para trás e estou bem vivinha... Cheia de vontade de ir conhecer um pouco da cidade e conviver com as pessoas de outros países. Vai ser uma semana de trabalho, (re)conhecimento, diversão e passeio...
E este passeio começou hoje. Como ainda não começaram as actividades tivemos tempo para conhecer um pouco. Fomos almoçar ao centro da cidade e tivemos algumas aventuras... ao frio! Tudo à nossa volta era gelo... Lagos gelados, vento gelado, pés e cara gelados... Mas o coração estava muito quente!
Vão-se encontrando pessoas interessantes, com histórias muito próprias... Através dos passeios a pé vamos conhecendo o puzzle da vida de cada um. E ficamos espantados com a semelhança de vivências.
Têm sido momentos alegres que me fazem integrar uma realidade diferente e libertadora. Os tempos têm sido sufocantes por aí e acho que esta lufada de ar fresco/gélido veio numa altura crucial. Existem sentimentos e situações que têm ditado a correria de decisões, decisões essas que exigiam, à partida, calmaria de pensamento. E eu não tenho conseguido.
Quero simplesmente parar de correr. Quero dizer chega às pressões externas. Quero dizer sim a planos pensados e conduzidos na incógnita do futuro. Não é justo exigir quando não se está disposto a dar, no minímo, o mesmo... Pode-se, no entanto, passar às sugestões risonhas que se traçam no convívio e na confiança ganhas ao longo do percurso denominado amizade/amor. Isso sim me borbulha no sangue, isso sim me faz querer continuar, não a correr, mas a caminhar (mesmo que apressada)...
Existe sempre a vontade e o querer que são fortes e preponderantes o suficiente para não me fazer desistir... Irei parar de correr mas nunca de caminhar...
Um beijinho finlandês para vocês todos... Até amanhã!